Objetivos:
- Esclarecer que o alfabeto Braille é um sistema de leitura e escrita com pontos em alto-relevo numa superfície, que representa qualquer alfabeto convencional e que podem ser “lidos” pela pele, normalmente pelas pontas dos dedos.
- Mostrar que o sistema Braille não é exclusivo para pessoas cegas, mas sim um código que pode ser aprendido por qualquer um vidente ou não.
- Mostrar que o código Braille é adaptado a qualquer idioma que utilize o alfabeto latino, números e símbolos, somando-se 63 sinais diferenciados.
- Apresentar esta e outras Tecnologias Assistivas como recurso para que alunos e professores possam ampliar a sua capacidade de comunicação que colabore para o entendimento de que todas as diferenças precisam ser acolhidas no sentido de construção de uma sociedade justa, forte, inclusiva, participativa, que tenha como premissa e a equidade como maquinaria geratriz riqueza de ideias, paradigmas e inovação.
- Ampliar as relações conceituais sobre os receptores sensoriais e os fenômenos de discriminação e adaptação sensoriais.
Materiais utilizados:
- Bandeja de isopor com seis furos (do tamanho da circunferência das tampas de garrafa Pet – como na ilustração).
- Tampas plásticas de garrafa Pet (de refrigerante, por exemplo).
- Encartes com o alfabeto Braille.
- Livros e materiais com impressão em Braille real (caixas de medicamento, por exemplo).
- Reglete e punção.
- Folhas de papel com gramatura 120g cortado para caber nas regletes.
- Lápis e folhas de papel 75g para rascunho
- Mesa para apoio.
- Venda ou faixa de tecido para cobrir os olhos.
- Livro “Conhecendo e Aprendendo Braille”, de Giselle Mendes dos Santos e Alfred Sholl-Franco disponível para baixar AQUI (link para o portal researchgate do autor Alfred Sholl-Franco)
Descrição da Atividade:
A atividade inicia com o esclarecimento de como é formada a Cela Braille e como essa célula é utilizada para codificar a linguagem escrita. Nessa fase os professores mostrarão aos alunos como formar palavras e frases curtas, e incentivarão a escrita, em Braille, do nome de cada participante no papel de
rascunho. Após essa introdução serão apresentados exemplos cotidianos da aplicação do Código Braille, a partir de caixas de remédios, produtos alimentícios, panfletos e livros.
Parte 1 – Montando Celas Braille e Aprendendo os Elementos e Disposição do Braille
A experiência prática de construção da Cela Braille inicia-se utilizando-se a bandeja de isopor. Esta será marcada com 6 círculos dispostos em duas colunas de 3 com 3 linhas cada, inspirado em uma organização geométrica (coluna 1= 1, 2 e 3; coluna 2 = 4, 5, e 6).
Então os participantes cobrem o perímetro de 6 circunferências de diâmetro igual a tampa de garrafa Pet. Sugerimos que sejam delineados estes 6 furos,
utilizando-se um lápis macio 3 até 6B. Os furos deverão ser feitos com cuidado, mas isso dependendo da maturidade e condições disciplinares da turma.
Caso o oficineiro não se sinta seguro, o recomendado será confeccionar previamente as bandejas de forma que já estejam furadas pelo oficineiro.
Cada dupla de participantes praticará o sentido do tato alternadamente, cada qual experimentando a leitura da Cela Braille montada, porém, os olhos devem ser vendados para que cada pessoa possa experimentar. Ainda com os olhos vendados, alternadamente a dupla será apresentada a diferentes granulações de lixas para perceber o funcionamento tátil através do arrastamento do dedo na superfície e a sensibilidade da ponta dos dedos.
O professor ainda pode falar da densidade de receptores e o conceito do “Homúnculo de Penfield”, mostrando o limite de percepção do tato relacionado à distância entre receptores sensoriais (diretamente relacionada à densidade dos receptores na superfície corporal) e a qualidade de cada função somestésica.
Parte 2 – Escrevendo e Lendo o Braille
Por último, utilizando uma cópia do Livro “Conhecendo e Aprendendo o Braille” (disponibilizado para baixar a partir do portal Researchgate do autor Alfred Sholl-Franco), cada dupla terá a instrução de como utilizar os Regletes e as ferramentas de Pulsão para escrever uma palavra ou uma pequena frase no Código Braille.
A partir da escrita e experimentação da capacidade em detectar as letras a partir da leitura do relevo e textura. De forma alternada cada participante vendado experimentará a leitura Braille.
Habilidades e Propriedades Funcionais Relacionadas:
Tópicos possíveis de serem questionados a partir dessa atividade:
Recursos Didáticos para Baixar:
- O Braille e a sua importância na educação dos cegos
- Massive cortical reorganization in sighted Braille readers
- PAINEL – OFICINA – TOQUE AO BRAILLE – ESCRITA E LEITURA BRAILLE
Imagens
Autor: Prof. Alfred Sholl-Franco