QUALIDADE DE VIDA DOS CUIDADORES FAMILIARES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Palavras-chave:
Transtorno do espectro autista, Qualidade de vida, CuidadoresResumo
O presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida dos cuidadores familiares de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista por meio de questionários, um elaborado pelos pesquisadores com variáveis sociodemográficas, comportamentais do cuidador e condições de saúde da criança e adolescente com TEA e o World Health Organization of Life (WHOQOL-bref) usado para avaliar a qualidade de vida dos cuidadores. Trata-se de um estudo descritivo exploratório do tipo transversal, realizado na Fundação Casa da Esperança, no município de Fortaleza, Ceará, nos meses de outubro e novembro de 2018. Foram convidados a participar do estudo, cuidadores familiares de crianças e adolescentes com autismo na faixa etária de 4 a 19 anos incompletos em acompanhamento na Fundação Casa da Esperança. Todos os dados foram analisados por meio do programa estatístico SPSS na versão 20.0. Colaboraram com a pesquisa 102 participantes, a maioria do sexo feminino (97,1%), com idade variando de 35 a 45 anos (39,2%), casadas (47,1%), com ensino médio completo (36,3%), 52% sem atividade remunerada e com renda mensal de 1 salário mínimo (60,8%). 85,3% passam 24 horas cuidando do filho, 73,5% sentem-se sobrecarregadas e estressadas (72,5%), não realizam nenhuma atividade física 73,5%, não costumam ter lazer 37,3% e se sentem sozinhas no cuidar 66,7%. As variáveis associadas ao domínio meio ambiente, foram em sua maioria ruim 54,9%, os demais domínios físicos 65,7%, psicológicos 55,9% e relações sociais 41,2% tiveram suas variáveis descritas como nem ruim nem boa. Os resultados confirmaram haver uma diminuição na qualidade de vida dos cuidadores familiares, reforçando a necessidade de uma atenção maior dessa população.
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