PERFIL NEUROPSICOLÓGICO PÓS-TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO: HÁ SEMPRE EXTENSAS SEQUELAS COGNITIVAS?

Autores

  • Charles Cotrena Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Ângela Leggerini Figueiredo Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Rochele Paz Fonseca Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

traumatismo cranioencefálico, avaliação neuropsicológica, funções executivas, neurocognição

Resumo

Resumo

Prejuízos neuropsicológicos, neurológicos, psiquiátricos e funcionais de pacientes vítimas de traumatismo cranioencefálico (TCE) são largamente descritos na literatura internacional. Entretanto, no Brasil, a avaliação neuropsicológica de pacientes pós-TCE é incipiente, pois não há a disponibilização desta avaliação na grande maioria dos serviços de saúde pública e privada do país. Frente aos diversos deficit neurocognitivos e à escassez de estudos nacionais sobre o perfil destes pacientes, ressalta-se a importância de estudos de caso com tal finalidade. Neste trabalho, objetivou-se caracterizar o perfil neurocognitivo de um paciente pós-TCE grave, com 45 anos, em seus aspectos socioculturais, psiquiátricos, neuropsicológicos e funcionais. O paciente apresentou classe socioeconômica C1, 11 anos de escolaridade formal, alta frequência de hábitos de leitura e escrita, TCE grave com complicações (craniotomia descompressiva) em estado crônico. Foi realizada uma avaliação com instrumentos normatizados e em desenvolvimento, entrevistas, questionários e observação clínica. Foram encontrados deficit executivos de velocidade de processamento, iniciação e tomada de decisão. Destaca-se a recuperação surpreendente após o trauma ilustrando a hetereogeneidade do quadro de TCE e possíveis variáveis relacionadas ao prognóstico favorável.

Palavras-chave: traumatismo cranioencefálico; avaliação neuropsicológica; funções executivas; neurocognição.

 

Abstract

The neuropsychological, neurological, psychiatric and functional deficit in victims of traumatic brain injury (TBI) have been extensively described in the literature. However, studies involving the neuropsychological assessment of patients with TBI are still incipient in Brazil, and there is a pronounced lack of neuropsychological assessment services in both the private and public health sectors. Given the extent of  neurocognitive deficit reported in TBI and the scarcity of scientific research on the topic in Brazil, there is a need for studies of the neuropsychology of TBI in the Brazilian population. The objective of this case report was to explore the neuropsychological profile of a forty-five years old patient with severe TBI in connection with sociodemographic, psychiatric, neuropsychological and functional variables. Data was collected by means of a neuropsychological assessment battery composed of instruments with normative data for the Brazilian population, interviews, questionnaires and clinical observation. Executive function deficit in processing speed, initiation and decision making were identified. Evidence of patient recovery over time was also obtained, highlighting the heterogeneity of patients with TBI and the need to investigate favorable prognostic factors. 

Keywords: traumatic brain injury; neuropsychological assessment; executive functions; neurocognition.

Biografia do Autor

Charles Cotrena, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Graduado em Psicologia (2012) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestrando em Psicologia, área de Cognição Humana (Programa de Pós-Graduação em Psicologia - PUCRS), bolsista CAPES/FAPERGS. Especializando em Terapia Cognitivo Comportamental (PUCRS). Membro do Grupo de Neuropsicologia Clínica Experimental (GNCE - PPGP/PUCRS).

Ângela Leggerini Figueiredo, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

A. L. Figueiredo, é graduada em Psicologia pela PUCRS. Mestre e Doutora em Psicologia Clínica (PUCRS). Atua como professora adjunta na Faculdade de Psicologia, FAPSI/PUCRS.

Rochele Paz Fonseca, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

R. P. Fonseca, graduada em Fonoaudiologia (ULBRA) e Psicologia (UFRGS). É Mestre e Doutora em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRGS com Doutorado sanduíche no Centre de Recherche do Institut Universitaire de Gériatrie de Montréal, Faculdade de Medicina, Universidade de Montreal. Tem Pós-Doutoramento em Clínica e Neurociências (PUC-Rio), em Medicina (Neurorradiologia) na UFRJ e em Ciências Biomédicas (Centro de Neuroimagem) na Universidade de Montreal. Professora Adjunta da Faculdade de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, área de concentração Cognição Humana da PUCRS. Coordena o Grupo de Pesquisa Neuropsicologia Clínica e Experimental (GNCE), PUCRS, sendo Bolsista Produtividade 2 do CNPq.

Publicado

2015-04-30

Como Citar

Cotrena, C., Figueiredo, Ângela L., & Fonseca, R. P. (2015). PERFIL NEUROPSICOLÓGICO PÓS-TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO: HÁ SEMPRE EXTENSAS SEQUELAS COGNITIVAS?. Ciências & Cognição, 20(1). Recuperado de http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/926

Edição

Seção

Psicologia / Neuropsicologia / Psicanálise / Ciências Cognitivas